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 O Boeing 747

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Murilo Silva
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MensagemAssunto: O Boeing 747   O Boeing 747 EmptyDom 23 Mar 2008, 12:39

Nos vinte anos que se seguiram à Segunda Grande Guerra, a aviação comercial cresceu de modo espantoso. Novos modelos de aeronaves surgiam sem parar, as companhias aéreas nasciam em profusão e cada vez mais pessoas viajavam pelo ar – era o boom da aviação, nos anos 50 e 60.

Nessas décadas, muitas empresas famosas se consolidaram. Entre elas: a Varig, a BOAC, a Pan American World Airways (Pan Am para os íntimos), a American Airlines (desde os anos 30 uma das maiores do mundo) e centenas de outras. A demanda por vôos crescia num ritmo formidável, e as fábricas de aviões – Boeing, Douglas, DeHavilland, Sud Aviation, BAC, McDonnell, Fokker... – estavam saturadas de encomendas. Nessa época dourada, alguns aviões fizeram história, como o Lockheed L-1049 Constellation (“Connie”), o Sud Aviation Caravelle, o DeHavilland Comet (na época, um marco tecnológico – o primeiro avião comercial a jato), os Douglas DC-4, DC-5, DC-6 e DC-7 e os Boeing Stratocruiser, com seus dois andares completos.

Logo no início dos anos 60, estava oficialmente inciada a era do jato, e as veneráveis aeronaves a pistão estavam com seus dias contados (ou quase). A Boeing e a Douglas lançaram seus primeiros jatos, os quadrirreatores 707 e DC-8, que travavam uma acirrada disputa pelo mercado de aviões a jato, juntamente com o Comet. Ao mesmo tempo surgiam os turboélices, como o DeHavilland Dart Herald e o Lockheed L-188 Electra.

Os jatos gozaram de grande aceitação entre passageiros e companhias aéreas. Eles eram velozes, silenciosos e seguros, e seu sucesso foi praticamente instantâneo. E as companhias começaram a pedir um jato que pudesse decolar de pistas curtas e pudesse operar em aeródromos mais precários. Afinal, naquela época eram realmente poucos os aeroportos que tinham estrutura para abrigar um Comet, um 707 ou um DC-8 – as operações de conexão e feederliner ainda eram realizadas pelos obsoletos aviões a pistão. E começou uma corrida entre as montadoras de aviões para a criação desse novo jato.

A pioneira foi a Hawker Siddeley, que lançou seu Trident em meados dos anos 60. O avião contava com apenas três propulsores a jato montados na cauda, e possuía uma empenagem em ‘T’. Mas o avião, que tinha tudo para ter um grande sucesso, foi um retumbante fracasso. Uma decisão da British European Airways fez com que o avião fosse equipado com motores medíocres, tornando-o inadequado para a maioria das companhias aéreas.

No mesmo ano, no entanto, a Boeing lançou um jato que realmente atendia às necessidades das companhias aéreas: o 727. Ao contrário da Hawker, a Boeing equipou o 727 com os mais potentes motores disponíveis. Apesar de extremamente semelhante ao Trident – possuía também três motores montados na cauda e empenagem em ‘T’ – o novo jato trazia ainda uma novidade para a época: os slats, superfíces no bordo de ataque das asas que se projetam para fora durante a decolagem e o pouso, permitindo velocidades de aproximação menores. E o 727 fez sucesso – ainda hoje, há mais de 430 aeronaves desse modelo em operação. A Douglas, seguindo a estratégia da Boeing, lançou em 1965 seu DC-9, competindo praticamente no mesmo nicho de mercado do 727. O DC-9 também gozou de considerável sucesso, e está em operação ainda hoje.

E a aviação continuou crescendo. na segunda metade dos anos 60, a demanda por vôos era tamanha que as aeronaves da época já não eram suficientes para atender à grande procura. Em 1966, a Pan American World Airways fez uma oferta à Boeing: se esta pudesse fazer um avião intercontinental com capacidade para 300 passageiros, a Pan Am o compraria. E os estudos para esse avião começaram. Nessa época, a Boeing, prevendo (acertadamente) o aumento na demanda por aeronaves nas próximas décadas, começou a procurar o local para a instalação de uma nova fábrica. O local escolhido foi nas cercanias de Everett, a alguns quilômetros de Seattle, Washington. Em dois anos, o maior prédio do mundo em volume (13 milhões de metros cúbicos, o equivalente a 13 bilhões de litros) foi completado, para acomodar a linha de montagem do então futuro maior avião do mundo e de outros que viriam.

Praticamente ao mesmo tempo, a BAC, da Inglaterra, e a Aérospatiale, da França, assinavam um acordo de cooperação para a construção de um avião a jato supersônico, o Concorde.

A metade final dos anos 60 foi marcada pela competição entre Estados Unidos (Boeing) e Europa (BAC-Aérospatiale), com os americanos tentando construir um avião gigante e os europeus almejando um avião spersônico. Era o duas vezes maior contra o duas vezes mais rápido.

Ambos os aviões acumulavam diversos pedidos de companhias de todo o mundo. As duas aeronaves decolaram pela primeira vez em 1969, mas o 747 entrou em serviço em 1970. O Concorde somente estreou no mercado em 1976. Isso, mais o Oil Shock de 1972, selou de vez o destino do Concorde – o jato consumia 30 vezes mais combustível que o 747, e no final apenas treze unidades foram vendidas, para duas companhias aéreas – a British Airways e a Air France.

E o 747 “Jumbo” (apelido ganhado graças aos elefantes jumbo, os maiores mamíferos da superfície da Terra) ganhou o mundo. Introduzido pela Pan Am, várias companhias aéreas do mundo o adotaram em suas frotas. No Brasil, a única companhia a operá-lo foi a Varig, que chegou a possuir 12 exemplares, dos modelos -200, -300 e -400.

A Douglas, ainda tentando seguir as estratégias da Boeing, lançou o DC-10 em 1970, para dominar ao menos uma parte do mercado conquistado pelo 747. A Lockheed tentou o mesmo, e lançou o L-1011 Tristar também em 1970. O DC-10 até experimentou algum sucesso operacional, enquanto que o Tristar foi um fracasso. Isso marcou a saída da Lockheed da construção de aeronaves civis. A Douglas já havia se unido à McDonnell em 1967, e mesmo com o lançamento do MD-11 em 1990, a situação da empresa não era boa. Em 1997, a McDonnell Douglas foi absorvida pela Boeing, originando a The Boeing Company.

A Boeing previra que o 747 ficaria obsoleto após vender aproximadamente 400 unidades. A previsão não se concretizou, a produção do modelo continua até hoje e, até março de 2008, 1399 aeronaves já haviam sido produzidas. O avião já passou, inclusive, por diversas modificações, destacando-se aí a variante 747-400, que inclui winglets, maior peso máximo de decolagem que as versões anteriores, cockpit totalmente automatizado com mostradores digitais no lugar dos diais analógicos e eliminação da necessidade de um engenheiro de vôo. Outra modificação importante é a variante 747-8, que deverá voar em 2009, e incluirá um peso máximo de decolagem ainda maior que o do -400, controles fly-by-wire, tecnologia de ponta no cockpit e maior utilização de materiais compostos no lugar das ligas metálicas.

O Boeing 747 somente será totalmente substituído pela Boeing a partir de 2015, com a introdução do projeto Yellowstone 3, que deverá substituir os Boeing 747 e 777-300 e competir com os Airbus A380 e A350.


O Boeing 747, com sua velocidade, capacidade e eficiência, se manteve como um dos principais aviões do mercado por quase 40 anos. Somente um avião muito bem projetado poderia fazer sucesso por tanto tempo sem ficar obsoleto. E é provável que o Jumbo continue em produção ainda por quase uma década, antes de ser encerrado pela Boeing e oficialmente substituído pelo projeto Y3.



*Curiosidades sobre o 747

-O peso máximo de decolagem de um 747-100 (o modelo inicial) é de 330 toneladas. O peso máximo de decolagem de um 747-400 é de 400 toneladas. O de um 747-8, 440 toneladas.

-A capacidade de passageiros do 747-400 é de 416, em três classes, ou 524, em duas classes. Os 747-400 da Corsair comportam até 583 passageiros.

-Os tanques de combustível do 747-400 comportam 216 mil litros de querosene de aviação. Os tanques de um 747-8 comportam 243 mil litros. Leva-se cerca de 40 minutos para encher os tanques de um 747-400.

-O comprimento da classe econômica do 747-400 equivale à distância percorrida pelos irmãos Wright em seu primeiro vôo.

-No momento em que um 747 rotaciona na pista, antes que suas rodas deixem o chão os passageiros da última fileira chegam a um metro da pista; os pilotos chegam a 25 metros de altura.

-Um 747-400 leva, em média, quatro meses para ser construído, desde a fabricação e entrega das primeiras peças até a montagem final. O preço unitário de um exemplar é de 230 milhões de dólares.

-Um 747-400 possui 320 km de fios e cabos em seu interior.

-Um Jumbo típico é formado por 6 milhões de peças – a metade delas é de rebites.

-Cada asa de um 747-400 pesa 21 toneladas (sem os motores e sem combustível).

-Quando o 747-8 for lançado, ele será o avião mais comprido do mundo, com 76 metros de comprimento (versão de passageiros).

-Em altitude de cruzeiro e totalmente pressurizado, um 747 carrega mais de uma tonelada de ar.

-A empenagem de um 747 tem mais de 19 metros de altura, equivalente a um prédio de seis andares.

-O 747 é o avião comercial mais rápido da atualidade, alcançando 977 km/h (527 nós, ou Mach 0.92).

-Um 747-100 possuía mais de 950 diais e botões no cockpit. No 747-400, esse número baixou para pouco mais de 300.

-O Boeing 747 é considerado o avião mais fácil de ser reconhecido no mundo, graças ao seu design único, destacando-se o andar superior que cobre somente parte da fuselagem.

Texto e pesquisa por Murilo Silva;
Fontes:
-Wikipedia – http://www.wikipedia.org
-Documentário Size Matters, produzido pela Discovery Wings.
-Documentário Superstructures – Boeing 747, produzido pelo Discovery Channel.
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MensagemAssunto: Re: O Boeing 747   O Boeing 747 EmptyDom 23 Mar 2008, 13:17

Paraéns Murilo , ótima matéria , gostei das curiosidades do 747 !
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MensagemAssunto: Re: O Boeing 747   O Boeing 747 EmptyDom 23 Mar 2008, 13:59

Muito obrigado. Talvez eu escreva outras no futuro.
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MensagemAssunto: Re: O Boeing 747   O Boeing 747 EmptyTer 25 Mar 2008, 19:37

Murilo, incrivel a sua reportagem !!!!
É com voce mesmo amigo, que tiro uma duvida....Voce tem algum registro do voo com o maior numero de passageiros registrado, que foi de um 747 na Gerra de Kosovo. Eu vi em algum lugar, mas nao me lembro de onde, que fizeram uma especie de 747 Kombi e que nele, transportaram mais de mil passageiros.
Se tiver esta informacao, gostaria que me dissesse !

Abraco amigo e continue trazendo otimas materias como esta !

Mario
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MensagemAssunto: Re: O Boeing 747   O Boeing 747 EmptyTer 25 Mar 2008, 20:39

Realmente, Mario, um Boeing 747 já transportou 1200 pessoas num único vôo. Eu não tenho muitas informações sobre o feito, mas pesquisarei sobre o assunto.
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